segunda-feira, 10 de novembro de 2014

BANDEIRA CIGANA



Esta bandeira foi instituída como símbolo internacional de todos os Ciganos do mundo no ano de 1971, pela Internacional Gypsy Committee Organized no ” First World Romani Congress ” – Primeiro Congresso Mundial Cigano – realizado em Londres.

A roda vermelha no centro da bandeira simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido. A tradição, como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde, com seus aros representando a força do fogo, da transformação e do movimento.

O azul representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando libertação e liberdade.

O verde representa a Mãe Natureza, a terra, o mundo orgânico, a força da luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos Ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, de preservação da natureza pelo que ela nos oferece, proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem, que dela retira seus suprimentos, devendo mantê-la e defendê-la.

Axé!!

As Entidades Ciganas na Umbanda


São entidades que há muito tempo trabalham na Umbanda, mas normalmente se manifestam sob domínio de outras linhas como a linha da esquerda, a linha do oriente, entre outras. Isso é possível pelo fato da energia de trabalho ser a mesma, o que muda é a forma de manipular os fluídos, uma vez que os ciganos usam uma relação material, energética, elementar e natural, assim como o povo da esquerda, enquanto que o povo do Oriente manipula essas elementos através de seu magnetismo espiritual.
Sempre se faz necessário deixar claro que uma coisa é ‘Magia do Povo Cigano’, ou ‘Magia Cigana’, e outra coisa bem diferente são as Entidades de Umbanda que se manifestam nesta linha de trabalho. Existe uma pequena semelhança somente no poder da Magia, mas suas atuações são bem diferentes pois as Entidades de Umbanda trabalham sob domínio da Lei e dos Orixás, conhecem Magia como ninguém e, principalmente, não vendem soluções ou adivinhações.
Entre as legiões de Ciganos os nomes mais conhecidos são: Cigano Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros. Da mesma forma temos as ciganas, como: Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmencita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.
Os espíritos que se manifestam como Ciganos na Umbanda não trabalham a serviço do mal ou para resolver nossos problemas a qualquer custo, mas é importante saber que eles dominam a MAGIA e preservam a LIBERDADE e ,tanto quanto em  qualquer outra linha de trabalho da Umbanda, teremos aqueles espíritos que não agem dentro do contexto da Lei, os chamados ‘quiumbas’, que se encontram espalhados pela escuridão e a serviço das Trevas. Portanto, é imprescindível o bom nível espiritual do médium para trabalhar com essa linha para que não atraia esses tipos de espíritos pela Lei da Afinidade.
Os Ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada Cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação. Uma das cores, a de vinculação vibracional, raramente se torna conhecida mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.
É muito comum os Ciganos usarem em seus trabalhos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes, baralho, espelho, dados, moedas, medalhas e até as próprias saias das ciganas, que são sempre muito coloridas, como grandes instrumentos magísticos de trabalho.
Os Ciganos são dotados de uma sabedoria esplendorosa, trabalham com lindos encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, escolhendo datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua.
Gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante música, dança, frutas, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, com jarras de vinho tinto com um pouco de mel e ainda podemos fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal ou mel. Não podemos esquecer: flores silvestres, muitas rosas, velas de todas as cores e, se possível, incenso de lótus.
Adoram fogueiras onde dançam e cantam a noite toda, aproveitando do poder das salamandras para consumir todo o negativismo e acender a chama interna de cada Ser.
Os Ciganos têm em Santa Sara Kali as orientações necessárias para o bom andamento das missões espirituais.
Salve o Povo Cigano!
Símbolos Ciganos
TAÇA – simboliza união e receptividade. Qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.
CHAVE – simboliza as soluções. É usada para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave, quando em trabalho, costuma atrair sucesso e riquezas.
ÂNCORA – simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro e para se livrar de perdas materiais.
FERRADURA – simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.
LUA – simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo, atentando-se sempre para as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia.
MOEDA – simboliza proteção e prosperidade. É usada contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que são representadas pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.
PUNHAL – simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado nas cerimônias ciganas de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos e em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.
TREVO – simboliza a boa sorte. É o símbolo mais tradicional de boa sorte, traz felicidade e fortuna. É raro encontrar um trevo de quatro folhas na natureza, mas quando se encontra pode-se esperar sempre prosperidade.
RODA – simboliza o ciclo da vida. A Samsara representa o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento. É usada para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio, é o grande símbolo cigano e é representado pela roda dos vurdón que gira. Samsara (sânscrito) – Literalmente significa “viajando”, o ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance a liberação. Vurdón (romanês ou romani – dialeto cigano) significa “carroção”.
CORUJA – simboliza “o ver totalmente”. É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver a totalidade: o consciente e o inconsciente.

Oração a Santa Sara

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir. Senhora, protetora dos Ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo proteja-nos e ilumine nossas caminhadas.
Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos.
Ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais. Ajude os necessitados, dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.
Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar neste momento. Dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida.  Santa Sara milagrosa, protetora do Povo Cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.

Conhecendo a Linha de Ciganos



Liberdade e Alegria, reconhecimento da Vida em Comunidade, do Teto e do Espaço Sagrado, do Encanto e da Força da Natureza, da Magia e da Reza são sentidos e atributos ensinados pelos “Ciganos” que se manifestam através do dom mediúnico em nossa querida Umbanda.  E com o encanto de suas danças, seus cantos e seus movimentos é que envolvem cada vez mais fieis para dentro de suas “tendas”  e para dentro do coração pulsante da Umbanda.
É encantador cada movimento, cada palma e cada olhar sentido por esse “Povo”!
É encantador cada fala poética, cada discurso direto, cada provérbio sábio pronunciado por esse “Povo”!
É encantador cada reza e cada gesto manifestado por esse “Povo” tão misterioso e que ao mesmo tempo é tão claro, simples e transparente, bastando apenas que nosso olhar também se transforme em olhar libertador, ou seja, em “Olhar Cigano”.
Sei que ainda poucos conhecem e manifestam essa Linha com total compreensão, mas sei também que o amor e a sapiência desses espíritos que se manifestam como Ciganos na Umbanda transcendem nossas ações e, com certeza, nos inspiram ainda mais nesse caminhar junto à nossa comunidade, grupo, corrente, aldeia… enfim… família!
É isso mesmo, acredito que uma das grandes lições que a Linha Cigana tem para nos ensinar é o viver em família, em grupo, unidos na alegria e na paz entre espíritos e espírito. O gostoso é saber que uma das funções da religião é exatamente essa, ou seja, é nos ensinar a viver em grupo ungidos de alegria e paz.
Portanto, vivenciar essa Linha dentro de nossos terreiros e corações é vivenciar o próximo, é vivenciar o respeito, é vivenciar os limites dentro do contexto da Liberdade e da Fé.
Sabemos que os espíritos ciganos gostam de festas, que gostam de ser recebidos em meio à fartura e a seus companheiros de caminhada, mas isso é só para confirmar seu arquétipo próspero, alegre e familiar. Isso é só para facilitar seu “trabalho” dando a melhor das lições: o Exemplo. Mesmo porque eles repartem toda fartura, eles dão tudo que possuem em troca da Liberdade.
É fato que algumas pessoas erroneamente procuram essa linha para pedidos obscuros e quase sempre dominantes, no entanto, estão indo em sentido totalmente contrário à função dos Guias Ciganos, estão totalmente equivocados pois Eles agem no astral justamente Libertando e nunca prendendo, seja em que sentido for, seja no sentido religioso, amoroso, profissional… os Ciganos Libertam, Amam e Transformam em nome da vida em alegria e da alegria em espírito.
Portanto, vale a pena, viver, vivenciar, louvar e se emocionar diante desses espíritos tão iluminados que com o olhar lêem nossa vida e com o sorriso falam em nossa Alma.
“O céu é meu teto, a terra minha pátria e a Liberdade é minha Religião”
Núcleo de Danças Fabrina Mahin tem em seu site este texto sobre a dança cigana que nos mostra o quanto cada elemento é representativo e o quanto a tradição deste povo está próxima de nós e da nossa Umbanda. Vale a pena ler, compreender, se envolver e relacionar.

A Dança Cigana


“Por ser a dança cigana mágica, reflete a alegria de um povo, que traz consigo o mistério através dos passos e dos movimentos que saúdam, invocam e fazem fluir a mais bela e elevada vibração energética.
  • Dança do leque:  Dança do elemento ar que representa o amor, a sensualidade e a limpeza, representa sedução, romantismo e poder. O leque passeia há séculos nas mãos das mulheres, mas seu uso prático pouco tem a ver com os aspectos valorizados pela cigana ao dançar. Da maneira que se abre pode representar as fases da lua e da mulher, seus reais desejos ou apenas o que quiser demonstrar; é um poderoso instrumento de limpeza energética, magia para a cura e sedução. Sendo assim, está constantemente nas mãos espertas de uma cigana, atraindo a atenção para seu mistério e poder. O leque é mais característico nas danças “kalóns”, mas pelo seu encanto as mulheres que gostam, usam-no sempre que podem na sua dança.
  • Dança da rosa: Elemento terra. Representa o amor, a beleza, a conquista, sedução e a sensualidade. A rosa é a beleza interior e a beleza exterior. A rosa vermelha na boca que os ciganos costumam levar em suas danças – presa entre os dentes – levam para presentear a mulher que está envolvida na dança. As alianças para os ciganos são simbolizadas por duas rosas vermelhas, em seus casamentos.
  • Dança das fitas coloridas: Elemento água representa as lágrimas de alegria e tristeza derrubadas pelo povo Cigano. Não o lamento, mas também a comemoração. Representa a limpeza, alegria e infantilidade. Dançar com fitas é quase uma brincadeira de criança, alegra qualquer tipo de ambiente, festeja os nascimentos e casamentos, os movimentos das fitas rodopiantes manifestam o ritmo da vida e a alegria de fazer parte dela. As fitas são mais utilizadas nos ritmos “rons”, porém conforme o que se quer passar a dança se adéqua a qualquer ritmo alegre.
  • Dança do véu: representa o elemento ar e expressa a leveza do corpo e a sensualidade.
  • Dança das tochas: Mostra a fúria e o poder do fogo através das tochas acesas que reverenciam este elemento. Representa a purificação e a limpeza pelo fogo. Neste caso específico, pode também ser utilizado um candelabro pela dançarina.
  • Dança do pandeiro: Dança dos quatro elementos, denota a alegria e sugere uma festa. Serve também para purificar o ambiente. O pandeiro traz a alegria do sol, saudando-o com inúmeras fitas coloridas, representando seus raios protetores e vivos. Como todo instrumento que faz barulho, ele tem como função expulsar os maus espíritos ou energias negativas, abrindo caminho para o povo festejar. Sua mensagem é mover, transformar o que está parado em ritmo, revigorar o nosso corpo com a alegria e o calor da dança, assim como o sol faz conosco. O uso das fitas, pode ter nascido como um calendário para marcar eventos importantes e a idade; para saudar a chegada da primavera; para representar através das cores das fitas pedidos ou bênçãos. É mais utilizado nas danças do grupo Rom, acompanhando violinos e outras percussões, é preciso habilidade e conhecimento dos ritmos utilizados.
  • Dança dos sete véus: Para os ciganos essa dança representa uma despedida de solteiro. E os véus coloridos representam as sete cores do arco-íris, simbolizando o amor e a sensualidade. As cores dos véus representam os quatro elementos.
  • Dança do punhal: Elementos ar e terra. Significa lutas, disputas, fúria e pode simbolizar a limpeza do ambiente e do corpo. Representa o corte, a força e a limpeza.
  • Dança dos quatro elementos: Feita com representações dos quatro elementos como: Vela, incenso, jarro d’água e sal. Significa magia e limpeza do ambiente. Normalmente é dançada contando com 04 dançarinas. As vestes lembram os nômades do deserto.
  • Dança da Espada: Elemento ar e terra. Representa luta, guerreira, batalhadora. Usa-se movimentos semelhantes aos movimentos do punhal.
  • Dança com echarpe ou lenço: Representa união, casamento e amor. O lenço também é utilizado para a prova da virgindade. O lenço é encantador seguro delicadamente nos dedos da cigana, envolvendo-a de mistério e aos poucos revelando sua beleza e poder. Ao dançar com o lenço, seus desejos, sentimentos e sonhos são movidos pelo deslizar do lenço pelo ar, no transe da música, livre como o vento e infinito como o céu. O lenço também transforma e limpa o ambiente, pode representar pedidos ou coisas da vida que queremos mudar ao dançar. É uma das danças ciganas femininas mais belas, por isso pode ser encontrada de várias formas nas danças de todos os grupos ciganos. Também neste caso podem ser utilizados lenços decorados com moedas douradas ou fitilhos, dando um ar de prosperidade aos movimentos executados.
  • Dança do xale: representa o mistério e a magia do elemento fogo. Dançar com o xale representa agradecer todas as dádivas ao criador, a sua força, o poder de ser mãe, o poder de seduzir o seu amor e também proteção e família. É usar toda poesia, força e magia. Nunca deixe outra pessoa pegar o xale, não derrubar, pois ele é a sua essência feminina. Enfim, dançar com o xale é agradecer, exibir e proteger suas estrelas.”
Abaixo, segue ainda um texto de Luciana do Rocio Mallon sobre os gestos da dança flamenca que estão incorporados na Dança Cigana.

Segredos Sobrenaturais da Dança Flamenca

“O dicionário define flamenco como: dança cigana praticada, tradicionalmente, na Espanha, mas, sabemos que dança flamenca vai muito mais além do que esta simples definição.
Origens da Dança Flamenca: Um povo nômade saiu da Índia , passou por algumas regiões árabes e depois visitou a Europa . Estes nômades foram batizados de ciganos e eles absorveram a dança de cada região por onde passaram e desta mistura nasceu a dança Flamenca .

Significados de Alguns Gestos da Dança Flamenca:


  • Movimentos Circulares Com os Braços: Os movimentos suaves e circulares com os braços fazem-nos lembrar das danças das deusas indianas, que com seus gestos ritmados com estes membros, davam a impressão de que tinham vários braços. Para estes povos os movimentos circulares dos braços significam: a feminilidade; a Busca dos elementais do ar; a força feminina que agradece os benefícios do ar; gratidão pelo oxigênio que respiramos; ritual de purificação de nossa aura e diálogo místico com outra dimensão.
  • Braços que Apontam Para o Céu e Para a Terra: Este movimento tem uma razão significativa, quer dizer que a mesma força que está em cima , também permanece embaixo. É como diz o famoso mago Hermes Trimegisto: “a força que move em cima, também move embaixo”. Este gesto da dança Flamenca afirma que há uma energia superior celestial que comanda tudo que está na parte inferior. É um pedido de oração para as forças superiores.
  • Mãos que Se Abrem e Se Fecham: Significam a troca de energia entre o ar e o corpo da bailarina. Porque segundo a tradição dos ciganos, a mulher precisa absorver a energia do ar para se inspirar em seus trabalhos manuais.
  • Sapateado: Para o Flamenco sapatear é muito mais do que fazer ruídos com o calçado acompanhando o ritmo da musica. Sapatear é invocar os espíritos dos antepassados contra o preconceito e o desprezo, pois diante de uma injustiça é necessário bater os pés no chão exigindo os seus direitos perante a sociedade. Afinal, os ciganos foram um povo perseguido tanto por religiões, quanto por interesses políticos. Na Idade Média, vários ciganos morreram na fogueira acusados injustamente de bruxaria.
  • Bater Palmas: Bater palmas é um ato para saudar as alegrias da vida e chamar os espíritos dos antepassados, sempre com o ritmo da música.
  • Dobrar os Joelhos no Ar: É sinal de respeito com os elementais do ar e da terra através da graciosidade. Quando se dobra o joelho de uma perna no ar e esta perna volta para o chão, significa a ligação dos elementais do ar com os elementais da terra.”
Um final de semana libertador e de muita alegria a todos! 
Axé!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Como melhorar seu relacionamento com as pessoas através do conhecimento das particularidades dos Orixás.

   



  A Umbanda é uma religião que como muitas outras, prega que estamos aqui (encarnados) para nos aperfeiçoar e para melhorar ou até mesmo saldar certas dívidas com outras pessoas, dividas que nem sempre foram adquiridas nesta vida. Estamos falando de um dos aspectos da lei do Carma, lei que o umbandista acredita e respeita.
Porém, um diferencial em nossa querida religião é que ela nos coloca a oportunidade de nos conhecermos melhor e principalmente conhecer as pessoas que conviver conosco, que ao meu entender, se nesta encarnação estamos em convívio, com estas pessoas é porque foram as mesmas que protagonizaram as historias de nossas vidas passadas. Que oportunidade é esta de aprendermos mais sobre nos e os outros? Resposta: tudo que falamos até agora, conhecer seu Orixá, primeiro os de nossa coroa, porque primeiro precisamos conhecer a nós mesmos, e em seguida conhecer todos os Orixás, para mais facilmente interagirmos com o próximo. Principalmente aqueles de nosso convívio cotidiano ( irmãos, pais, marido, esposa, etc.)

-       O primeiro passo para um fumante deixar o vicio é aceitar e conscientizar que é viciado, portanto, a primeira coisa que devemos fazer para reduzir ao máximo nossos defeitos é ter consciência plena deles, por isso frisamos que conhecendo seu Orixá regente você acessa uma enorme gama de informação a respeito de si mesmo, seus pontos negativos que devem ser minados e seus pontos positivos que devem ser acentuados.
Assim como acessamos essas mesmas informações sobre características das pessoas, não para julgá-las, muito o contrario, para desagradem seu semelhante, que em muitos aspectos não é tão semelhante assim.
“Dê aos outros o tratamento que você gostaria de receber”será mesmo que este velho ditado está correto?
Não é porque você adora quiabo que vai servir esta iguaria aos seus amigos em sua casa, não é mesmo?
Pense nisso, o segredo de um melhor relacionamento pode estar justamente ai, as pessoas diferentes uma das outras, descubra o que lhe agrada e descubra também se isso agrada o outro.

Um relacionamento amoroso acaba, é comum ouvirmos uma das partes dizer:
- Não sei por que meu relacionamento acabou. Eu fui para a outra pessoa exatamente o que esperava que ele fosse para mim.
E foi aí que esta pessoa errou feio.
Você não tem que fazer as coisas com a pessoas amada exatamente como você gostaria que ela fizesse com você e sim fazer exatamente como ela quer que você faça com ela. Claro que nem sempre é possível, mas não custa nada atentar para este pequeno detalhe às vezes tão determinante.

Outros motivos podem levar um relacionamento ao fim, claro, mas respeitar as diferenças entre as pessoas é fundamental, e para isso é preciso conhecer estas diferenças.
Estou casada há 06 anos, sou filha de Ogum e meus esposo é de Xangô, demorou muitos anos deste convívio para que eu entendesse as diferenças provenientes da regência de nossa coroa e só consegui realmente um convívio beirando a perfeição quando comecei a estudar os Orixás.
Descobri então alguns detalhes fundamentais das diferenças entre eu e ele.

Para exemplificar, vamos analisar a seguinte situação que é cotidiana e chega a ser engraçada:
Eu (filha de ogum) peço para que meu esposo (filho de Xangô) ponha o lixo para fora de casa.

A filha de Ogum, conforme determina sua personalidade mais comum, espera que ele coloque o lixo para fora no máximo em dois minutos, sem protelar, caso contrário, ela mesma vai apanhar aquele saco de lixo no terceiro minuto e passar por ele bufando de raiva, provavelmente não falará mais com ele por algumas horas.
Por outro lado, o filho de Xangô, ao ser solicitado para levar o lixo para fora de casa, primeiro vai refletir sobre qual a melhor maneira de segurar o recipiente, por cima ou por baixo? Preciso destrancar a porta, com o lixo das mãos, o lixo já está amarrado e se pingar? Qual o caminho mais seguro? Prevendo sempre um acidente de percurso, e o pior é que ele pode estar pensando em tudo isso sentado no sofá e olhando para televisão, ou mexendo no celular.
Atualmente nos damos muito melhor melhor, pois ambos estão conhecendo essas diferenças e, portanto, hoje ele apanha rapidamente o lixo e sai em disparada para a lixeira do prédio. E eu espero mais alguns minutos antes de fazer eu mesma o serviço que eu pedi, pois estamos aprendendo a respeitar as características pessoais que determinam nosso comportamento.
Base de estudos: “Carma – aquilo que deixamos de fazer”e “Umbanda de Barracão”


Aqui podemos ver um exemplo de relacionamento entre um casal, mas a mesma teoria pode ser aplicada até mesmo nas nossas relações profissionais, no dia-a-dia fora de nossas casas, ou seja, saber qual é o nosso Orixá regente, conhecê-lo e conhecer os outros Orixás e suas características de comportamento, não só ajuda sob o ponto de vista da ritualística, do sagrado, como também revela um verdadeiro “manual de instruções”que nos ensina a viver melhor enquanto durar esta nossa pequena viagem como encarnados.

Axé!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

"Todo ponto é uma reza"






Todas as vezes que cantamos um ponto, não estamos fazendo nada além de entoar uma oração.

São nos pontos que louvamos, saudamos, devotamos nossa fé e demonstramos nosso amor aos guias e Orixas da Umbanda.

Os pontos são orações em forma de música, que nos transmitem  grandes mensagens, ensinamentos e vibrações enquanto pensamos que estamos apenas chamando um guia ou abrindo e fechando os trabalhos, os pontos não são entoados apenas para as entidades, mas também para transmutar toda a energia presente no local e auxiliando no bom andamento das obrigações, descarregando todos os presentes.

Eles usam muitas vezes de metáforas para nos ensinar as lições da vida, muitas vezes nos emocionam, até nos levam as lágrimas, deixando nossas emoções à flor da pele.

Então, quando ouvir / cantar um ponto / reza faça-o com fé e de coração aberto, pois... 



"TODO PONTO É UMA REZA"


Médium Mayara

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O terreiro é fraco ou O fraco está no terreiro?????



Muitos de nós, irmãos Umbandistas, já ouvimos este termo “O Terreiro é fraco”, mas como podemos categorizar os termos: Fraco e o Forte?

Qual será o parâmetro que utilizamos para esta avaliação? Seria a não realização de sonhos ou desejos?

Antes de responder ao questionamento gostaria de seu acompanhamento nesta linha de raciocínio.

Por que vamos ao terreiro? Muitas podem ser as res-postas, mas vamos pensar de forma simples, vamos ao Terreiro pela Religião, ou seja, “religar” a Deus.

Este é o mínimo, mas para muitos a ida até o terreiro, é para: amarrar, destruir, matar, separar, perturbar alguém, etc. Bom neste momento o sentimento mínimo já se perdeu pelos caminhos, espero que reencontre este sentimento assim que entrar no terreiro.
Infelizmente algumas pessoas quando chegam ao terreiro, continuam com suas ideias negativas e não param nem um segundo para analisar se estão certas ou erradas.

Então é chegada à hora da consulta, e estas pessoas mesmo após as defumações, orações e pedidos do (a) Dirigente para que elevem seus pensamentos a Deus com harmonia e amor, continuam com a ideia fixa, como se não tivessem ouvido estas palavras.

O Consulente com o pensamento negativado se dirige ao encontro da entidade, que lhe dará o aten- dimento, e começa com os seus lamentos e reclama- ções onde todos que lhe rodeiam não prestam e ele (a) é um (a) coitado (a).

A entidade tenta amolecer a mente e o coração deste Consulente através de suas sábias palavras e com o auxílio dos seus elementos de Trabalho, mas como o atendimento é uma Parceria entre o Consulente e o Guia, então o Consulente não permite que esta Luz penetre em seu interior tornando-o uma pessoa “não tão ácida”.

Após as explicações e os pedidos do Consulente o Guia lhe responde positivamente que vai lhe ajudar.

Estão assustados com a resposta do Guia? Por quê?

A ajuda que o Guia vai dar, será pedindo para que Oxalá dê a este irmão as Luzes de: “Oxum pondo Amor no coração, Ogum para cortar a maldade que o cerca, Obaluayê para transmutar seus sentimentos negativos em positivos, Oxossi para o conhecimento a fim de enxergar as vossas Fraquezas interiores”.

Ao término do seu atendimento,esta(e) irmã(o) volta para casa confiante de que seus pedidos, “destruidores”, serão realizados, mas depois de alguns dias nada acontece e o nosso irmãozinho vai até outro Terreiro, com as mesmas intenções.

Outro Guia lhe atende e pergunta:
- O que posso ajudar?
O Consulente repete seus pedidos “destruidores” e ainda complementa que o terreiro onde tinha frequentado era muito Fraco.

Antes de iniciar o seu trabalho o Guia pergunta para o Consulente se ele conseguiria explicar melhor o termo “mui-to Fraco”. O Consulente firmemente responde: Não fui atendido.

O Guia deixa alguns segundos de silêncio e retruca ao Consulente:
- Será que é “Fraco” aquele que pede por ti, para que tenha mais Amor, Luz em sua Mente, mais Evolução e Proteção? Será que é “Fraco” aquele que tenta abrir teus olhos a Luz? Será que é “Fraco” aquele que tenta te colocar mais perto de Deus? Será que é “Fraco” aquele que pede o perdão por ti?

Ou o “Fraco” é aquele que não conseguiu enxergar tudo isso e mesmo assim insiste em caminhar nas trevas de sua própria ignorância, na escuridão de seus caprichos?

Após estes questionamentos o Guia retoma a pergunta ao Consulente:
- O que posso ajudar? O Consulente responde ao Guia com a voz embargada:

- Me dê força e peço perdão pelos meus sentimentos “Fracos” que levei para dentro de outros terreiros.

Por: Danilo Lopes Guedes

Axé!!!

PEQUENAS SUGESTÕES PARA MELHORAR NOSSOS ATENDIMENTOS MEDIÚNICOS!!!



Ter a oportunidade de conversar com uma entidade incorporada em um médium comprometido com a espiritualidade é um privilégio para o consulente, para o médium e até mesmo para o próprio guia. Independente da condição em que nos encontramos todos, sem exceção, estamos em evolução e o que diferencia a evolução de cada um são nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, enfim, as atitudes e posturas do nosso cotidiano. Quando vamos ao terreiro sempre vamos em busca de algo e muitas vezes esquecemos que esse algo não vai vir de fora, não vai cair do céu.

Com certeza vai depender do nosso merecimento e do nosso trabalho. Outra coisa comum de se esquecer é que nenhuma situação se forma da noite para o dia. São longos períodos sem ação e sem reflexão que exigem persistência e equilíbrio para superação das condições adversas. Dificilmente uma situação que demorou muito tempo para se formar, se resolverá numa única consulta mediúnica.

Dependendo da ótica que você lê esse texto, pode ficar a impressão de passividade e de que sempre estamos errados. Que temos que ter paciência, que temos que ser resignados. Sim, temos que trabalhar tudo isso, mas se você, assim como eu, prefere ter uma atitude mais participativa, mais ativa, podemos pensar em algumas ideias para melhorar nossos atendimentos com os guias espirituais.

Algumas sugestões:
1) Organize seus pensamentos – Antes mesmo de chegar ao terreiro, vá pensando nas suas prioridades. Durante a abertura dos trabalhos concentre-se e reflita sobre o que você almeja e o que realmente você foi fazer lá. Na frente do guia, sabemos que muitas vezes dá o “branco” e nem sabemos direito o que falar, mas se já é difícil pra gente imagina para o guia entender o que passa dentro da nossa cabeça, tendo ainda o médium como intermediário. Não duvido da capacidade da entidade, porém, se podemos facilitar, pra quê complicar? Uma boa consulta não é aquela que demora horas e sim aquela que é objetiva.

2) Carregue somente sua cruz – Estamos sempre pensando nos outros, nos nossos familiares, amigos ou mesmo inimigos. Concentre-se em você. Não, isso não é egoísmo, é um caminho para solução dos problemas, primeiro porque você não interfere no livre arbítrio de terceiros e segundo porque é você quem está lá e não os outros. Sei que pode parecer cruel “deixar de pensar nas pessoas” mas não dá para tirar os outros do buraco se você ainda estiver dentro dele. O máximo que vai acontecer, é os outros subirem sobre você para tentarem sair do buraco. De forma prática, acenda somente suas velas, prepare somente seus banhos, faça somente suas orações e trabalhe seu íntimo. Nem precisa dizer que trocar informações sobre sua consulta com o próximo é tão idiota quanto usar a receita médica de outro paciente para curar a sua doença. Não sejamos hipócritas, se um quinto das pessoas realmente pensasse e agisse em prol do próximo nossa sociedade seria outra.

3) Vista-se adequadamente – Grande parte da população normal usa trajes de acordo com a situação ou ocasião. No matrimônio utilizam-se roupas de casamento, para nadar utilizam-se trajes de banho e é assim para o trabalho, para dormir, para passear no parque ou praticar esportes. Seguindo o mesmo raciocínio seria natural ir ao templo religioso com roupas adequadas para isso, ou seja, claras e sem decotes. Sim, vivemos num país predominantemente tropical e o calor beira ao absurdo, mas nada impede você de levar uma camiseta branca na sua bolsa ou mala e vesti-la instantes antes do atendimento. Não fique preocupado se essa camiseta extra combina com o restante de seu traje, o atendimento é para o espírito e não para a etiqueta da vestimenta. Terreiro não é passarela ou lugar de “azaração”.

4) Não seja curioso – Durante o atendimento procure prestar o máximo de atenção no que está sendo dito para você. Não tente escutar conversas de outras consultas e nem fique olhando para o que acontece do lado, mesmo que seja um descarrego daqueles “bem barulhentos”. Quanto mais atenção você prestar no guia que está falando com você mais rápida e eficiente será sua consulta, você terá menos dúvidas e, de quebra, você não leva pra casa carga dos outros consulentes devido ao merecimento por ser xereta.

5) Se você não puder fazer os banhos, defumações, oferendas e tudo mais, diga logo ao guia. Ele não vai ficar ofendido. Juntos vocês vão buscar outras alternativas viáveis. Agora se você se comprometeu a fazer o que lhe foi proposto então FAÇA e FAÇA DIREITO. Tudo que lhe é passado para fazer em um atendimento, tem um propósito, um objetivo e muito provavelmente tem prazo de validade. Não dá para fazer neste carnaval o que foi pedido na Páscoa do ano passado. Ah, e tem outra… não fazer e falar que fez é tão infantil quanto dizer que estudou pra prova e na hora H ganhar aquele zero. Mais cedo ou mais tarde a verdade aparece e quem sofre as maiores consequências é você e as pessoas que gostam realmente de você.

6) Vibre sempre energias positivas – O número da sua ficha de atendimento é 80 e ainda estão chamando o número 10? Parabéns! Isso significa que você terá mais tempo para refletir e pensar em como melhorar sua vida rezando num templo religioso! Reclamar, ficar levantando para fazer nada, cochichar e falar sobre futilidades é um grande favor que você faz ao baixo astral. Sim, toda energia trabalhada tem que fluir para algum lugar e graças à lei da afinidade você pode entrar no terreiro com um probleminha e sair com 80 novos problemões. Seja esperto, vibre sempre energias positivas, em silêncio e no seu quadrado.

7) Sua consulta terminou? Vá embora – Encontros sociais, conversas com parentes, discussões sobre política, religião e futebol ou mesmo matar saudade de conhecidos, são coisas para serem feitas em lugares mais apropriados como uma lanchonete, um churrasco de domingo ou mesmo lá na padaria ou no café do supermercado 24 horas. O baixo astral é persistente e age sempre na sutileza, portanto, quanto menos brechas você der melhor será pra você e para os guias que se esforçaram bastante para buscar soluções no seu atendimento. Faça por merecer!
Procure saber mais a respeito – Há quanto tempo você é assistido num terreiro? Muito? Parabéns de novo! Ou você está com medo de responsabilidade ou então está acomodado demais esperando os “banhos da semana”. Procure cursos, participe dos grupos de estudos, leia um bom livro, vá estudar! Entendendo mais sobre o assunto aumentam as chances de você fazer mais e melhor. Os problemas não vão acabar mas quanto mais desafios você superar nesta vida mais pleno ficará seu espírito e maior será sua contribuição para a evolução dos seres.

8) Contribua materialmente com seu terreiro – Todo terreiro usa velas, pembas, ervas e artigos de charutaria. Todo estabelecimento consome água e utiliza energia elétrica. Todo local com muita gente precisa ser limpo também na matéria e para isso são utilizados vassouras, panos e produtos de limpeza. O trabalho espiritual acontece num local físico que precisa ser mantido em ordem para a boa continuidade dos trabalhos. Converse com os responsáveis pelo seu terreiro e veja como você pode contribuir mesmo que esporadicamente. Ao ver uma caixa de doações não finja que não viu. Não importa o valor e sim sua boa vontade e compreensão de que o trabalho espiritual é grandioso e deve alcançar seu irmão, o seu próximo.

9) Não visite – Se você está procurando um terreiro por curiosidade, pra ver como é ou pra ver “se é bom”, por favor, não perca seu tempo. O trabalho espiritual é voltado para quem realmente precisa, tem fé, acredita, trabalha, tem paciência e a compreensão de que tudo que acontece na vida é por puro merecimento. Quer resultados rápidos, amarrações e garantias? Procure por telefones nos postes da sua cidade, com certeza tem alguém vendendo o que você procura … só não vá falar que isso é Umbanda ou trabalho religioso porque respeito é o mínimo que um ser humano deve ter.

10) Confie em você mesmo e tenha fé – ninguém é obrigado a ficar em um terreiro onde não se sinta bem, mas ficar indo em vários terreiros ao mesmo tempo é igual a iniciar o tratamento de uma doença em diversos médicos simultaneamente: além de gastar tempo e dinheiro seu corpo sofre com medicamentos diferentes. Terreiro não é hotel cuja classificação se faz por estrelas. É preciso ter fé, acreditar, ser racional e paciente, portanto confie na sua escolha, analise e seja crítico consigo mesmo para não perder o seu tempo, o tempo dos médiuns e o tempo dos guias. Ir em 7 terreiros diferentes na mesma semana significa que você, no mínimo, ocupou o lugar de outros 6 irmãos que precisam de consulta. Não seja egoísta.

Precisamos sair da passividade e assumir uma postura mais centrada e inteligente para fazer da nossa Umbanda uma religião de respeito. Clareza e verdade é bom pra todo mundo e disciplina, ao contrário do que muita gente pensa, não é escravidão, é liberdade!

Axé


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Iansã do Balè




Eparrei Iansã!!!
Gbale ou Igbalé ou Balé (aquela que retorna a terra):

É a Deusa dos mortos. É Ligada diretamente ao culto de Egun, por isso é a senhora dos cemitérios. Tem pleno domínio sobre os mortos, trazendo consigo uma falange de Egun que ela controla, pois todos temem seu poder. O culto a Egun nasceu nas mãos de igbalé quando ela fora buscar uma substancia que permitia a Xangô soltar fogo pelas narinas. Oyá ficou sabendo que o povo Tapa iria invadir a cidade de Baribas, então forrou na beira de um rio um pedaço de pano vermelho, colocou algumas cabaças, evocou os mortos e aquele pano tomou vida e saiu voando na direção dos inimigos, colocando-os para correrem apavorados.

É uma qualidade de Iansã que tem caminhos fortes com eguns, ela é a única que dança com eles, seu lugar é o cemitério a rainha dos espíritos dos mortos, a condutora dos eguns. Iansã Balé ou das Almas, que é muito solicitada e muito conhecida porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida. E como vida é Geração e Omolu atua no pólo negativo (Cósmico) da Linha da Geração, então Yansã Balè envia aos domínios de Omolú todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Uma das formas de identificação, desta qualidade de Iansã é o movimento das mãos, que esticam os braços para frente e os movimentam para cima e para baixo, normalmente as Iansãs elevam as suas mãos, as balançando e fazendo os movimentos circulares.

Devido a sua ligação com Egun é proibido vesti-la de vermelho, sua vestimenta é branca.

Que Iansã limpe os Eguns de nossas vidas, nos trazendo o seu Axé a sua força e vitalidade para os nossos caminhos.

Eparrei Iansã!!

Axé

Isso é a Lei e assim é EXU!




Exu é ativador de nossos merecimentos. É o que propicia nossas vitórias e nossas derrotas, pois nem sempre sabemos lidar com a vaidade, o ego, o egoísmo e a soberbia que aflora de forma acentuada quando se conquista algo ou alguém. Exu é quem abre nossos caminhos, mas também fecha, tranca e acorrenta nossa vida quando nos encontramos desequilibrados e viciados numa maldade e numa possessão sem fim. Isso é a Lei e assim é EXU!
Exu é a força que atua sobre o negativo de qualquer pessoa tentando equilibrar essa ação. É aquele que faz o erro virar acerto e o acerto virar o erro. É aquele que escreve reto em linhas tortas, escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas.
Mesmo nos momentos em que nos vemos no meio do caos, Exu sabe fazer com que a ordem prevaleça. Exu não gosta de displicência e de injustiça, não aceita nada mais e nada menos do que lhe é de direito e de dever.

EXU VINGA-SE POR CAUSA DE EBÓ FEITO COM DISPLICÊNCIA

Alumã era um lavrador que precisava de chuvas, pois seus campos estavam secos e a plantação toda ia se perder. Alumã ofereceu um ebó para Exu mandar chuva. Ofereceu a Exu pedaços de carne de bode.
Como a comida estava muito apimentada, Exu ficou com muita sede.
Exu procurava água para matar a sede implacável, mas água não havia, estava tudo seco no lugar. Exu então abriu a torneira da chuva. Ela jorrou como nunca, fazendo com que o povo se regozijasse com Alumã. As colheitas estavam salvas!
Mas a chuva não cessou.
Alumã percebeu dias depois que já bastava de chuva. Já chovera em excesso e as colheitas corriam perigo, agora era água em demasia; uma inundação.
Alumã tornou a oferecer a Exu carne de bode, mas agora cuidou que a pimenta estivesse no ponto certo. Exu aceitou o ebó e estancou a chuva. Exu é justo, cantou Alumã.


Reginaldo Prandi do livro “Mitologia dos Orixás”



  • Exus do Cemitério – normalmente têm a regência de Omulu, são quietos, de pouca fala e reservados. São exigentes e trabalham muito nos descarregos fortes, desmanches de demandas antigas e conscientização da vida humana.
  • Exus da Encruzilhada – normalmente têm a regência de Ogum. Não são tão quietos como os de cemitério, mas são extremamente valentes, exigentes e duros. Trabalham muito na abertura de caminhos, na quebra de demanda e em situações que precisam urgentemente de mudança.
  • Exus da Estrada /rua – normalmente têm a regência de Oxóssi. São mais falantes, brincalhões e risonhos, no entanto exigem a verdade de seus fieis conhecendo a intenção de uma palavra e de um pedido mesmo que eles estejam em pensamento.

Exu não faz, não participa e não orienta nenhum tipo de magia negativa, Exu é Mago Realizador por excelência, e conhece absolutamente tudo sobre magia. No entanto, conhece também a Lei Divina e a cumpre com perfeição a cada momento. Magia negativa é ação do homem que deseja mais do que pode, deve e merece. Exu dá e faz somente aquilo que for de merecimento e de necessidade para o Ser, segundo a Lei Divina.
EXU, palavra iorubá (Èsù) pode ser traduzida como “esfera” representando o infinito, o que não tem começo nem fim e que está em todos os lugares, no Tudo e no Nada.
Ele é o “mensageiro”, recebe e leva os pedidos e as oferendas dos seres humanos ao Orum, o céu. É o Senhor dos caminhos, das encruzilhadas, da entrada e da saída. É o movimento inicial e dinâmico que leva à propulsão, ao crescimento e à multiplicação.
São espíritos iluminados que, de forma muito peculiar, conhecem nosso íntimo e nossa conduta muito mais que nós mesmos.
Seu dia da semana é Segunda feira dia propício para magias e rituais que invoquem paz, fertilidade, harmonia e meditação. De energia lunar o dia favorece novos começos e confere poder.
Suas contas são pretas (neutraliza/absorve) e vermelhas (ativa/irradia), reafirmando a energia da contradição de Exu.
Algumas representações são: 
FALO – representa a fertilidade da vida, o poder sexual, reprodutivo e gerativo. Nas “religiões da natureza”, o sexo é um ato sagrado. E se ele é sagrado, seus frutos também são. A noção de pecado original seria uma aberração nesse sistema religioso; além disso, um dos ideais do estilo de vida iorubano era ter uma família numerosa e, portanto, o culto a Exu fazia-se essencial; 
TRIDENTE – tradicionalmente divino para várias culturas e deuses como, por exemplo, Netuno, Posseidon, Shiva. Tridente representa a trindade; o alto, o meio e o embaixo; Céu, Mar e Terra; Luz, sombra e trevas; 
CHIFRE – Representa fertilidade, vitalidade, sabedoria e a ligação com as energias do Cosmo. Símbolo de realeza, divindade, fartura, honra e respeito, muitos Deuses antigos como Cornífero, Baco, Pã, Dionísio e Quiron foram representados com chifres que também eram usados pelo homem que saía em busca de caça e que ao retornar à sua tribo colocava os chifres do animal capturado com a finalidade de mostrar a todos que ele venceu os obstáculos. Há dois tipos de chifres: Chifre de boi – voltado para cima, está ligado ao poder da Lua, da noite com sua fertilidade; atribuído à energia do feminino. Chifre de carneiro – geralmente recurvado e que está ligado ao poder do Sol criador da vida; atribuído à energia do masculino; 
OGÓ – bastão com cabaças de Exu que representa o falo. Espécie de cetro mágico com que ele se transporta aos lugares mais longínquos. Do ioruba ògo significa “porrete usado para defesa pessoal”; 
ENCRUZILHADA – cruzamento vibratório que representa a dualidade, a escolha, as possibilidades e o livre arbítrio.
E para encerrar e ainda completar o pensamento de sobre encruzilhada, segue uma mensagem do Sr. Exu Caveira para refletir e despertar um novo futuro, um novo fim e, quem sabe, um novo começo.

Saravá os Exús!!

Exú é Mojubá

Axé