quarta-feira, 13 de maio de 2015

Lei Áurea – A propaganda da suposta tolerância de uma Princesa Branca


A história geralmente é contada pelo ponto de vista do opressor, e não do oprimido. Então por este ponto de vista vemos a Princesa Isabel como a heroína dessa história, mas não é bem assim. Vou abordar o tema colocando outro ponto de vista. O Brasil sozinho recebeu mais escravos do que todos os países da América Latina somados, estima-se que mais de 1 milhão de escravos aportaram no Brasil.  Na época da abolição existia um movimento antiescravocrata que já tinha bastante força e poderia levar o governo atual às ruinas. Existia também a resistência dos escravos que faziam motins e organizavam suas fugas, fatos históricos comprovam isso como a Revolta dos Malês, a Insurreição do Queimado, e a Revolta dos Alfaiates por exemplos. Os Quilombos já estavam bem estruturados e organizados, temos como exemplo o mais famoso de todos que foi o Quilombo dos Palmares (que dizem que resistiu por cerca de 100 anos, mas as primeiras referências apontam para o ano de 1580), e a população dos Quilombos também eram um grande ponto de pressão ao governo. Essas manifestações contra o governo estavam gerando muitos prejuízos com queimas de engenhos, destruições de fazendas, etc. e o processo de imigração dos europeus para “trabalhar na terra” aqui no Brasil já havia começado, e o governo entendeu que seria muito mais barato custear a imigração dos europeus, do que travar a guerra com os escravos, e, além disso, a “elite branca” tinha consciência que a maioria da população brasileira era constituída de pretos e seus descendentes, e a imigração de europeus era uma forma de “branquear” a população. Outro fator fundamental para a Lei Áurea foi a pressão que a Inglaterra vinha fazendo ao Brasil, a Inglaterra  já industrializada e precisando vender seus produtos manufaturados não tinha interesse no tráfego negreiro, nos prejuízos que o governo estava tendo com as revoltas em todo país, e tinham intenção que os países da África se reestabelecessem para que fossem consumidores de seus produtos também. Juntando todos esses fatores a Lei Áurea foi assinada, assim os negros não teriam mais motivos para suas revoltas e destruições, e o governo estava livre de uma possível revolução, e ao mesmo tempo cedendo aos intensos pedidos da Inglaterra.  Desde então o negro deixou de ser escravo para virar favelado, morador de rua, etc. pois o pensamento de desigualdade racial permanece até hoje em nossa sociedade. Uma prova disso é que o massacre feito na África em todo período da escravidão não é considerado pela história um genocídio. Então se existe uma data para comemorar a luta do negro contra a escravidão, esta data é 20 de novembro, o dia da Consciência Negra, dia da morte de Zumbi dos Palmares, dia da resistência do negro contra a escravidão. 

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