domingo, 30 de agosto de 2015

Esta chegando....... FESTA DE COSME E DAMIÃO !!!


Hoje iniciamos a preparação para nossa Festa de Ibeji, é com grande alegria e muita satisfação que vamos rumo a nossa terceira festa.

Como é de costume todo ano a nossa Ibeji Rosinha, traz um tema a tona para Festa, ano passado o tema foi de borboleta, porém aprendemos:  que todo PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO ACONTECE DE DENTRO PARA FORA, primeiro a Borboleta precisa estar dentro do casulo, para ela se fortalecer, criar asas e voar, se tirarmos a borboleta de dentro do casulo antes dela estar pronta, ela morre!!!!

Neste ano nos deu o desafio de enfeitarmos a nossa casa no dia do Festejo com peixes.

Como sempre por traz de suas brincadeiras,  nos agrega grandes ensinamentos, nos fazendo pensar e entender o porque do peixe para este ano...

O que simboliza peixe:

1- Ligado a nossa Mãe Iemanjá, este ano estamos sobre sua regência, sobre sua emanação energética.
2- Peixe esta ligado a fartura.
3- Peixe simboliza fecundidade e vida.
4- Peixe simboliza união.
5- Peixe está associado a Jesus.
6- O peixe representa as potencialidades individuais de cada um, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. 

Dentro de tantas simbologias, acredito que será uma tarde mágica, com muita alegria para todos os envolvidos. 

Caso alguém queira participar da nossa Festa, ou contribuir com os nossos saquinhos de doces, entre em contato conosco.

COMO DIZ RUBEM ALVES:
“Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura decompanheiros para brincar.

Axé




quarta-feira, 13 de maio de 2015

Lei Áurea – A propaganda da suposta tolerância de uma Princesa Branca


A história geralmente é contada pelo ponto de vista do opressor, e não do oprimido. Então por este ponto de vista vemos a Princesa Isabel como a heroína dessa história, mas não é bem assim. Vou abordar o tema colocando outro ponto de vista. O Brasil sozinho recebeu mais escravos do que todos os países da América Latina somados, estima-se que mais de 1 milhão de escravos aportaram no Brasil.  Na época da abolição existia um movimento antiescravocrata que já tinha bastante força e poderia levar o governo atual às ruinas. Existia também a resistência dos escravos que faziam motins e organizavam suas fugas, fatos históricos comprovam isso como a Revolta dos Malês, a Insurreição do Queimado, e a Revolta dos Alfaiates por exemplos. Os Quilombos já estavam bem estruturados e organizados, temos como exemplo o mais famoso de todos que foi o Quilombo dos Palmares (que dizem que resistiu por cerca de 100 anos, mas as primeiras referências apontam para o ano de 1580), e a população dos Quilombos também eram um grande ponto de pressão ao governo. Essas manifestações contra o governo estavam gerando muitos prejuízos com queimas de engenhos, destruições de fazendas, etc. e o processo de imigração dos europeus para “trabalhar na terra” aqui no Brasil já havia começado, e o governo entendeu que seria muito mais barato custear a imigração dos europeus, do que travar a guerra com os escravos, e, além disso, a “elite branca” tinha consciência que a maioria da população brasileira era constituída de pretos e seus descendentes, e a imigração de europeus era uma forma de “branquear” a população. Outro fator fundamental para a Lei Áurea foi a pressão que a Inglaterra vinha fazendo ao Brasil, a Inglaterra  já industrializada e precisando vender seus produtos manufaturados não tinha interesse no tráfego negreiro, nos prejuízos que o governo estava tendo com as revoltas em todo país, e tinham intenção que os países da África se reestabelecessem para que fossem consumidores de seus produtos também. Juntando todos esses fatores a Lei Áurea foi assinada, assim os negros não teriam mais motivos para suas revoltas e destruições, e o governo estava livre de uma possível revolução, e ao mesmo tempo cedendo aos intensos pedidos da Inglaterra.  Desde então o negro deixou de ser escravo para virar favelado, morador de rua, etc. pois o pensamento de desigualdade racial permanece até hoje em nossa sociedade. Uma prova disso é que o massacre feito na África em todo período da escravidão não é considerado pela história um genocídio. Então se existe uma data para comemorar a luta do negro contra a escravidão, esta data é 20 de novembro, o dia da Consciência Negra, dia da morte de Zumbi dos Palmares, dia da resistência do negro contra a escravidão. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cruzando fronteiras



Jayme

   
                            Jayme




É com muito orgulho, respeito e satisfação que fazemos estamos postagem!

Jayme Rodrigues Lopes Filho um grande amigo, Filho de Fé da Casa Estrela Guia está em Lisboa apresentando um trabalho sobre a Migração dos Orixás da África para os Candomblés de São Paulo.

Este trabalho faz parte do Simpósio Temático "Geografia das Religiões nos países Lusófonos"que está sendo realizado na Universidade Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias em Lisboa, Portugal.

Parabéns Jayme por sua dedicação e responsabilidade a tudo que se refere a religiosidade.


Um Grande Axé!!!


OBSESSÃO

Nós espiritualistas temos convicção que esta encarnação não é a primeira, e dificilmente será a ultima. Conforme nossos atos e atitudes em nossas encarnações, vamos somando amigos e também inimigos.

Estes inimigos são pessoas que de alguma forma prejudicamos, e também que fomos prejudicados, e não conseguimos perdoá-los e nem eles nos perdoaram.

Deus em sua infinita sabedoria permite que estes obsessores, que se encontram desencarnados no presente momento, tenham contato conosco para que possamos aprender juntos. O obsessor ao perseguir sua “vítima” passa por diversos tipos de sofrimentos e dificuldades, pois a lei de causa e efeito é atuante em todo momento, e o obsediado sofre as influências do obsessor que causam situações desagradáveis, mas uma pessoa em dia com sua fé, independente em qual Religião seja, consegue lidar melhor, e até diluir estes ataques.

Mas existe um tipo de obsessão que é muito perigosa, porque para nos livrarmos dela, não dependemos de ninguém a não ser de nós mesmos, e no nome dela é...

AUTO OBSESSÃO

O sentimento de culpa que carregamos quando cometemos algum erro, nos faz vibrar em uma sintonia baixa, e automaticamente atraímos espíritos que compactuam com esta sintonia para o nosso convívio, e estes espíritos podem acabar tornando-se mais um de nossos obsessores.

Além do mais nosso pensamento negativo, sentimento de culpa, raiva, ódio, medo, sentimento de vingança, e os demais sentimentos ruins podem ser coagulados e transformados em Larvas Astrais, que ficam impregnadas em nossos corpos espirituais.

Essas larvas se alimentam da ideia inicial que as gerou, ou seja, se o sentimento de raiva foi o gerador da larva, este mesmo sentimento irá alimentá-la, e com isso a larva faz com que seu hospedeiro (no caso a pessoa que sentiu a raiva) alimente este sentimento e pensamento para a larva se alimentar.

Este processo fora de controle pode abrir buracos em nosso campo energético, e desequilíbrio de nossos chakras, e disso para uma doença, é bem rápido.

A CURA

Uma das técnicas existentes para mudar a sintonia de nossas energias, e começarmos a nos livrar dos processos de obsessão chama-se Ho oponopono.

“Quando vivencio problemas de memórias reencenadas, tenho uma escolha. Posso permanecer envolvido com elas ou posso pedir a Divindade que as liberte por meio da transmutação, devolvendo assim a minha mente ao seu estado original de vazio, de ser livre de memórias. Quando estou livre de memórias, sou o meu Eu Divino como a Divindade me criou à sua exata semelhança”. Dr. Hew Len.

O método mais utilizado por Dr. Hew Len é simplesmente dizer quatro palavras direcionadas a Deus quando você é exposto a qualquer situação da sua vida, inclusive todas as situações que você presencia e até hoje, achou que não era responsável. 

Lembre-se: Toda a situação que vivenciamos, somos 100% responsáveis e devemos nos libertar de qualquer memória ou programa que tenha-nos levado a vivenciar aquela situação.

As quatro palavras de purificação são: Eu sinto muito, Por favor, me perdoe, Eu te Amo, e Obrigado. No momento que você se cura (Deus apaga a memória dolorosa do subconsciente), você ajuda o mundo ou aquela situação a se curar através da ação do Divino.

Eu sinto muito: você compreende que aquela situação que foi vivenciada por você precisa ser resolvida (reconhecimento).

Por favor, me perdoe: você pede a Deus que cure (apague) o que está acontecendo dentro de você que se manifesta como um problema na sua vida (Deus dentro de você lhe ajudará a se perdoar).

Eu te amo: você não rejeita aquele problema e expressa amor, pois sabe que a sabedoria de Deus é capaz de transmutá-la, basta amar (o amor Transmuta a energia negativa, apagando-a).

Obrigado: você agradece a Deus pela sabedoria divina que atuará nas suas memórias, que fizeram você vivenciar aquela experiência (a fé no poder maior do Criador).

Deixo abaixo uma Oração do Perdão para ser feita de coração aberto e em voz alta, para que desta maneira você consiga mudar sua vida para melhor.

Oração do Perdão

A partir deste momento, eu perdoo todas as pessoas que de alguma forma me ofenderam, me injuriaram, me prejudicaram ou me causaram dificuldades desnecessárias. Perdoo, sinceramente, quem me rejeitou, me odiou, me abandonou, me traiu, me ridicularizou, me humilhou, me amedrontou, me iludiu.
Perdoo, especialmente, quem me provocou até que eu perdesse a paciência e reagisse violentamente, para depois me fazer sentir vergonha, remorso e culpa inadequada. Reconheço, que também fui responsável pelas agressões que recebi, pois várias vezes confiei em indivíduos negativos, permiti que me fizessem de bobo e descarregassem sobre mim seu mau caráter.
Por longos anos suportei maus tratos, humilhações, perdendo tempo e energia, na tentativa inútil de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas.
Já estou livre da necessidade compulsiva de sofrer e livre da obrigação de conviver com indivíduos e ambientes tóxicos. Iniciei agora, uma nova etapa de minha vida, em companhia de gente amiga, sadia e competente: queremos compartilhar sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso de todos nós.
Jamais voltarei a me queixar, falando sobre mágoas e pessoas negativas. Se por acaso pensar nelas, lembrarei que já estão perdoadas e descartadas de minha vida íntima definitivamente.
Agradeço pelas dificuldades que essas pessoas me causaram, pois isso me ajudou a evoluir, do nível humano comum ao nível espiritualizado em que estou agora.
Quando me lembrar das pessoas que me fizeram sofrer, procurarei valorizar suas boas qualidades e pedirei ao Criador que as perdoe também, evitando que elas sejam castigadas pela lei da causa e efeito, nesta vida ou em outras futuras. Dou razão a todas as pessoas que rejeitaram o meu amor e minhas boas intenções, pois reconheço que é um direito que assiste a cada um me repelir, não me corresponder e me afastar de suas vidas.
Fazer uma pausa, respirar profundamente alguma vezes, para acúmulo de energia.
Agora, sinceramente, peço perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente e inconscientemente, eu ofendi, injuriei, prejudiquei ou desagradei. Analisando e fazendo julgamento de tudo que realizei ao longo de toda a minha vida, vejo que o valor das minhas boas ações é suficiente para pagar todas as minhas dívidas e resgatar todas as minhas culpas, deixando um saldo positivo a meu favor.
Sinto-me em paz com minha consciência e de cabeça erguida respiro profundamente, prendo o ar e me concentro para enviar uma corrente de energia destinada ao Eu Superior. Ao relaxar, minhas sensações revelam, que este contato foi estabelecido.
Agora dirijo uma mensagem de fé ao meu Eu Superior, pedindo orientação, em ritmo acelerado, de um projeto muito importante que estou mentalizando e para o qual já estou trabalhando com dedicação e amor.
Agradeço de todo o coração, a todas as pessoas que me ajudaram e comprometo-me a retribuir trabalhando para o meu bem e do próximo, atuando como agente catalisador do entusiasmo, prosperidade e auto realização. Tudo farei em harmonia com as leis da natureza e com a permissão do nosso Criador, eterno, infinito, indescritível que eu, intuitivamente, sinto como o único poder real, atuante dentro e fora de mim.

Axé!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

FELIZ DIA DAS MÃES!!



Mês de MAIO....
– Mês de Maria – a Mãe de Jesus e de toda a humanidade.
– Mês das Mães - a Mãe enviada para cuidar e orientar a humanidade.
– Mês de agradecer nossas Yabás: Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã.
A palavra yabá quer dizer “Mãe Rainha” Crer na força das Yabás ou nas nossas chamadas “Mães de Cabeça” é como querer estar sempre amparado pela própria mãe carnal em si. 
Odociaba Mãe Iemanjá!
Aieie Mamãe Oxum!
Eparrei Iansã!
Saluba Nanã!
Agradecer a essas forças, por nos fortalecer, nos amparar, por fazer sempre esta magia encantadora acontecer.
Em todas as Casas de Umbanda encontramos a presença da mulher em todas as missões nos diversos planos de ação.
As que receberam do Alto a sagrada missão espiritual de conduzir um templo sagrado de Umbanda tornam-se verdadeiras mães orientando a todos com amor e elevação de sentimento materno. Agradecemos a todas as SACERDOTES, MÃES DE SANTO, que nós conhecemos, que tanto nos ensinaram e por todas experiências trocadas. 
Mãe, significado infinito do amor e da dedicação
É a renúncia de si própria
É a força e sabedoria independente da reciprocidade
É dizer todas as palavrasmae
Que sempre precisamos escutar
É secar nossas lágrimas
E num beijo consolar
É ser aquela pessoa que vive em nosso coração
É trazer sempre aquele sorriso amigo
E em nosso tombo saber nos dar a mão
Isso tudo é o pouco que hoje reconheço
Do valor de SER MÃE
Pois para mim, tu és
E sempre será
Um exemplo de Puro e Infinito de Amor!
Agradecemos a todas as MÃES por existirem, pela coragem de DAR A VIDA, paciência, sabedoria e o amor para ENSINAR A VIVER!
Amor de mãe é parecido com o de Deus , incondicional, e mesmo que todos nos abandonem um dia, ela jamais nos deixa, mesmo que esteja ausente... Mãe é sempre Mãe... Valorize a Sua... não por um dia, mas a vida toda....
Muitooooo Axé, muito amor, muita saúde, para todas as MÃES que nos acompanham!!!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade

O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis

Juliana Steck
Celebração no Rio de Janeiro pede respeito à liberdade religiosa, em 21 de janeiro, com presença de adeptos de diversas tradições de fé
A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou a quem não segue uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana.
O agressor costuma usar palavras agressivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião. Há casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, destruindo imagens, roupas e objetos ritualísticos. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode incluir violência física e se tornar uma perseguição.
Crítica não é o mesmo que intolerância. O direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religião, desde que isso seja feito sem desrespeito ou ódio, é assegurado pelas liberdades de opinião e expressão. Mas, no acesso ao trabalho, à escola, à moradia, a órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião. Isso também se aplica a transporte público, estabelecimentos comerciais e lugares públicos, como bancos, hospitais e restaurantes.
Presidente da CDH, Ana Rita faz duras críticas ao deputado Marco Feliciano
Ainda assim, o problema é frequente no país. Algumas denúncias se referem à destruição de imagens de orixás do candomblé ou de santos católicos. Ficou famoso no Brasil o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Sérgio Von Helder, que, em 1995, chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em rede nacional de TV. Há também casos de testemunhas de Jeová que são processadas por não aceitarem que parentes recebam doações de sangue, de adventistas do Sétimo Dia a quem não são dadas alternativas quando não trabalham ou não fazem prova escolar no sábado, e de medidas judiciais que impedem sacrifício de animais em ritos religiosos, entre outros.
Em janeiro, a TV Bandeirantes foi condenada pela Justiça Federal de São Paulo por desrespeito à liberdade de crenças porque, em julho de 2010, exibiu comentários do apresentador José Luiz Datena relacionando um crime bárbaro à “ausência de Deus”. “Um sujeito que é ateu não tem limites. É por isso que a gente vê esses crimes aí”, afirmou o apresentador. A emissora foi condenada a exibir em rede nacional, no mesmo programa, esclarecimentos sobre diversidade religiosa e liberdade de crença.
Recentemente têm provocado reações algumas ­declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP). Pastor evangélico, ele escreveu no Twitter que africanos são descendentes de um “ancestral amaldiçoado por Noé” e que sobre a África repousam maldições como paganismo, misérias, doenças e fome. A presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES), se manifestou a respeito.
— São declarações e atitudes que instigam o preconceito, o racismo, a homofobia e a intolerância. Todas absolutamente incompatíveis e inadequadas para a finalidade do Legislativo — disse.
Denúncias cresceram mais de 600% em um ano; crenças de matriz africana são as que mais sofrem ataques
A quantidade de denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República cresceu mais de sete vezes em 2012 em relação a 2011, um aumento de 626%. A própria secretaria destaca, no entanto, que o salto de 15 para 109 casos registrados no período não representa a real dimensão do problema, porque o serviço telefônico gratuito da secretaria não possui um módulo específico para receber esse tipo de queixa. Ou seja, muitos casos não chegam ao conhecimento do poder público. A maior parte das denúncias é apresentada às polícias ou órgãos estaduais de proteção dos direitos humanos e não há nenhuma instituição responsável por contabilizar os dados nacionais.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) também não possui dados específicos sobre violações ao direito de livre crença religiosa. No entanto, o ouvidor do órgão, Carlos Alberto Silva Junior, diz que o número de denúncias de atos violentos contra povos tradicionais (comunidades ciganas, quilombolas, indígenas e os professantes das religiões e cultos de matriz africana) relatadas à Seppir também cresceu entre 2011 e 2012.
Caminhada no Dia Contra Intolerância Religiosa, em Fortaleza. Data foi criada em 2007, após morte de líder do candomblé difamada por jornal evangélico
Muitas agressões são cometidas pela internet. Segundo a associação ­SaferNet, em 2012, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos ­recebeu 494 ­denúncias de intolerância religiosa praticadas em perfis do Facebook. O mundo virtual reflete a situação do mundo real. De 2006 a 2012, foram 247.554 denúncias ­anônimas de páginas e perfis em redes sociais que continham teor de intolerância religiosa.
Ministra da Seppir, Luiza Bairros ressalta a gravidade das agressões
A tendência é de queda: de 2.430 páginas em 2006 para 1.453 em 2012. Mas a tendência não significa que o número de casos reportados de intolerância religiosa tenha diminuído. “Uma das razões é a classificação feita pelo usuário. Mesmo páginas reportadas por possuir conteúdo racista, antissemita ou homofóbico têm, também, conteúdo referente à intolerância religiosa”, explica Thiago Tavares, coordenador da central.
Os dados foram ­divulgados pela Agência Brasil este ano no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro. A data foi instituída em 2007 pela Lei 11.635, em homenagem a Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, do terreiro Axé ­Abassá de Ogum, de Salvador. A religiosa do candomblé sofreu um enfarte após ver sua foto no jornal ­evangélico Folha Universal, com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a indenizar os herdeiros da sacerdotisa.
A ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse, nas comemorações de 21 de janeiro, que os ataques a religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. “O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Não se trata apenas de uma ­disputa religiosa, mas também de uma disputa por valores civilizatórios”, disse.
Na ocasião, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançou um comitê de combate à intolerância religiosa. A ­iniciativa pretende promover o direito ao livre exercício das práticas religiosas e auxiliar na elaboração de políticas de afirmação da liberdade religiosa, do respeito à diversidade de culto e da opção de não ter religião.
O comitê terá 20 integrantes, sendo 15 deles representantes da sociedade civil com atuação na promoção da diversidade religiosa. Ainda sem data definida para começar efetivamente a funcionar, o comitê depende de um edital que selecionará os integrantes.
Perseguição policial até os anos 1960
O Brasil é um país laico. Isso significa que não há uma religião oficial e que o Estado deve manter-se imparcial no tocante às religiões. Porém, sendo um país de maioria cristã, práticas religiosas africanas foram duramente perseguidas pelas delegacias de costumes até a década de 1960.
Como agir
No caso de discriminação religiosa, a vítima deve 
ligar para a Central de Denúncias (Disque 100) da 
Secretaria de Direitos Humanos.
Também deve procurar uma delegacia de polícia 
e registrar a ocorrência. O delegado tem o dever de 
instaurar inquérito, colher provas e enviar o relatório 
para o Judiciário. A partir daí terá início o processo penal.
Em caso de agressão física, a vítima não deve 
limpar ferimentos nem trocar de roupas — já que 
esses fatores constituem provas da agressão — 
e precisa exigir a realização de exame de corpo de delito.
Se a ofensa ocorrer em templos, terreiros, na 
casa da vítima
, o local deve ser deixado da maneira 
como ficou para facilitar e legitimar a investigação das
autoridades competentes.
Todos os tipos de delegacia têm o dever de averiguar 
casos dessa natureza, mas em alguns estados há
também delegacias especializadas. Em São Paulo, 
por exemplo, existe a Delegacia de Crimes Raciais e 
Delitos de Intolerância (veja o Saiba Mais).
No período colonial, as leis puniam com penas corporais as pessoas que discordassem da religião imposta pelos escravizadores. Decreto de 1832 obrigava os escravos a se converterem à religião oficial. Um indivíduo acusado de feitiçaria era castigado com pena de morte. Com a proclamação da República, foi abolida a regra da religião oficial, mas o primeiro Código Penal republicano tratava como crimes o espiritismo e o curandeirismo.
A lei penal atual, aprovada em 1940, manteve os crimes de charlatanismo e curandeirismo.
Até 1976, havia uma lei na Bahia que obrigava os templos das religiões de origem africana a se cadastrarem na delegacia de polícia mais próxima. Na Paraíba, uma lei aprovada em 1966 obrigava sacerdotes e sacerdotisas dessas religiões a se submeterem a exame de sanidade mental, por meio de laudo psiquiátrico.
Muitas mudanças ocorreram até 1988, quando a Constituição federal passou a garantir o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças.
O texto constitucional estabelece que a liberdade de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos. Determina ainda que os locais de culto e as liturgias sejam protegidos por lei.
Já a Lei 9.459, de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Ninguém pode ser discriminado em razão de credo religioso. O crime de discriminação religiosa é inafiançável (o acusado não pode pagar fiança para responder em liberdade) e imprescritível (o acusado pode ser punido a qualquer tempo).
A pena prevista é a prisão por um a três anos e multa.
Restrições religiosas atingem 75% da população mundial
Uma pesquisa mundial feita em 2009 e 2010 indicou o aumento da intolerância religiosa. Segundo o Instituto Pew Research Center, com sede nos Estados Unidos, 5,2 bilhões de pessoas (75% da população mundial ) vivem em locais com restrições a crenças.
No período, passou de 31% para 37% a proporção de países com nível elevado ou muito alto de restrições. Entre os países com as maiores restrições governamentais (leis, políticas e ações para limitar práticas religiosas), estavam Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Afeganistão, China, Rússia e outros que somaram 6,6 pontos ou mais em um índice de máximo 10. O Brasil aparece, junto com Austrália, Japão e Argentina, em nível baixo, entre os países com 0 a 2,3 pontos.
Mesmo nos países com nível moderado ou baixo de restrições, houve aumento da intolerância. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve uma proposta — ­rejeitada pela Justiça — de declarar ilegal a lei islâmica. Na Suíça, foi proibida a construção de novos minaretes (torres em mesquitas). O aumento dessas restrições foi atribuído a fatores como crescimento de crimes e violência motivada por ódio religioso.
Projetos modificam Código Penal e regulamentam a Constituição
Entre as propostas em tramitação no Congresso para combater a intolerância religiosa, está o PLC 160/2009, que dispõe sobre as garantias e os direitos fundamentais ao livre exercício da crença, à proteção aos locais de cultos religiosos e liturgias, e à liberdade de ensino religioso, buscando regulamentar a Constituição. O projeto, do deputado George Hilton (PRB-MG), está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS). O relator, Eduardo Suplicy (PT-SP, foto), propôs audiência, ainda não agendada, para debater o texto.
O assunto vem sendo discutido também no âmbito da proposta de reforma do Código Penal, tema de comissão especial do Senado. Um grupo de juristas preparou o anteprojeto, posteriormente apresentado como projeto (PLS 236/2012) por José Sarney (PMDB-AP). A intolerância religiosa está relacionada a assuntos do código, como os crimes contra os direitos humanos e os que podem ser praticados pela internet.
Saiba mais
Lei 9.459/1997, que considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões
http://bit.ly/lei9459
Cartilha da Campanha em Defesa da Liberdade de Crença e contra a Intolerância Religiosa
http://bit.ly/cartilhaCEERT
Mapa da intolerância religiosa e violação ao direito de culto no Brasil
http://bit.ly/mapaIntolerancia
Novo Mapa das Religiões
http://bit.ly/mapaReligioes
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo
Rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar, bairro Luz, São Paulo, SP
Tel: (11) 3311-3556/3315-0151 ramal 248
Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos no Rio de Janeiro
Tel: (21) 2334-9550
Veja as edições anteriores do Especial Cidadania em www.senado.leg.br/jornal
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

OLÁ, EU SOU O SEU SINTOMA…






Olá, tenho muitos nomes: dor de joelho, abscesso, dor de estômago, reumatismo, asma, mucosidade, gripe, dor nas costas, ciática, câncer, depressão, enxaqueca, tosse, dor de garganta, insuficiência renal, diabetes, hemorróidas e a lista continua. 

Ofereci-me como voluntário para o pior trabalho: ser o portador de notícias pouco agradáveis para você.
Você não entende, ninguém me compreende. Você acha que eu quero lhe incomodar, estragar os seus planos de vida, todo mundo pensa que desejo atrapalhar, fazer o mal, limitar vocês. E não é assim, isso seria um absurdo. Eu o sintoma, simplesmente estou tentando lhe falar numa linguagem que você entenda.
Vamos ver, me diga alguma coisa. Você negociaria com terroristas, batendo na porta com uma flor na mão e vestindo uma camiseta com o símbolo da “paz” impresso nas costas? Não, certo?

Então, por que você não entende que eu, o sintoma não posso ser “sutil” e “levinho” quando preciso lhe passar uma mensagem. Me bate, me odeia, reclama de mim para todas as pessoas, reclama de minha presença no seu corpo mas, não para um minuto para pensar e raciocinar e tentar compreender o motivo de minha presença no seu corpo.

Apenas escuto você dizer: “Cala-te”, “vá embora”, “te odeio”, “maldita a hora que apareces-te”, e muitas frases que me tornam impotente para lhe fazer entender mas, devo me manter firme e constante, porque devo lhe fazer entender a mensagem.

O que você faz? Manda-me dormir com remédios. Manda-me calar com sedativos, me suplica para desaparecer com anti-inflamatórios, quer me apagar com quimioterapia. Tenta dia após dia, me calar. E me surpreendo de ver que às vezes, até prefere consultar bruxas e adivinhos para de forma “mágica” me fazer sumir do seu corpo.

A minha única intenção é lhe passar uma mensagem, mesmo assim, você me ignora totalmente.
Imagine que sou a sirene do Titanic, aquela que tenta de mil maneiras avisar que tem um iceberg na frente e você vai bater com ele e afundar. Toco e toco durante horas, semanas, meses, durante anos, tentando salvar sua vida, e você reclama que não deixo você dormir, que não deixo você caminhar, que não deixo você trabalhar, ainda assim continua sem me ouvir…

Está compreendendo?
Para você, eu o sintoma, sou “A doença”.
Que absurdo! Não confunda as coisas.
Aí você vai ao médico e paga por tantas consultas.
Gasta um dinheiro que não tem em medicamentos e só para me calar.
Eu não sou a doença, sou o sintoma.
Por que me cala, quando sou o único alarme que está tentando lhe salvar?

A doença “é você”, é “o seu estilo de vida”, são “as suas emoções contidas”, isso que é a doença e nenhum médico aqui no planeta terra sabe como as combater, a única coisa que eles fazem é me atacar, ou seja, combater o sintoma, me calar, me silenciar, me fazer desaparecer. Tornar-me invisível para você não me enxergar.

É bom se você se sentir incomodado por estar lendo isso, deve ser algo assim como um “golpe na sua inteligência”. Está certo se estiver se sentindo frustrado, mas eu posso conduzir o teu processo muito bem e o entendo. De fato, isso faz parte do meu trabalho, não precisa se preocupar. A boa notícia é que depende de você não precisar mais de mim, depende totalmente de você analisar o que tento lhe dizer, o que tento prevenir.

Quando eu, “o sintoma” apareço na sua vida, não é para lhe cumprimentar, é para lhe avisar que uma emoção contida no seu corpo, deve ser analisada e resolvida para não ficar doente. 

Deveria se perguntar a si mesmo: “por que apareceu esse sintoma na minha vida”, “que pretende me alertar”? Por que está aparecendo esse sintoma agora?

Que devo mudar em mim?

Se você deixar essas perguntas apenas para sua mente, as respostas não vão levar você além do que já vem acontecendo há anos. Deve perguntar também ao seu inconsciente, ao seu coração, às suas emoções.

Por favor, quando eu aparecer no seu corpo, antes de procurar um médico para me adormecer, analise o que tento lhe dizer, verdadeiramente, por uma vez na vida, gostaria que o meu excelente trabalho fosse reconhecido e, quanto mais rápido tomar consciência do porquê do aparecimento no seu corpo, mais rápido irei embora.

Aos poucos descobrirá que quanto melhor analisar, menos lhe visitarei. Garanto a você que chegará o dia que não me verá nem me sentirá mais. Conforme atingir esse equilíbrio e perfeição como “analisador” de sua vida, de suas emoções, de suas reações, de sua coerência, não precisará mais consultar um médico ou comprar remédios.

Por favor, me deixe sem trabalho.
Ou você acha que eu gosto do que eu faço?
Convido você para refletir sobre o motivo de minha visita, cada vez que eu apareça.
Deixe de me mostrar para os seus amigos e sua família como se eu fosse um troféu.

Estou farto que você diga:
“Então, continuo com diabetes, sou diabético”.
“Não suporto mais a dor no joelho, não consigo caminhar”.
“Aqui estou eu, sempre com enxaqueca”.
Você acha que eu sou um tesouro do qual não pretende se desapegar jamais.

Meu trabalho é vergonhoso e você deveria sentir vergonha de tanto me elogiar na frente dos outros. Toda vez que isso acontece você na verdade, está dizendo: “Olhem que fraco sou, não consigo analisar, nem compreender o meu próprio corpo, as minhas emoções, não vivo coerentemente, reparem, reparem!”.

Por favor, tome consciência, reflita e aja.
Quanto antes o fizer, mais cedo partirei de sua vida!

Atenciosamente,

O sintoma.”

Autor desconhecido

terça-feira, 7 de abril de 2015

Salve o Povo da Bahia


A Bahia queimou
A Bahia levou
Todo mal dessa vida

Meu Senhor do Bonfim 
Abra meus caminhos
Traga alegria 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Gira de Esquerda - 04/04

Olá amigos, filhos e consulentes!

Neste Sábado vamos realizar um trabalho de Esquerda, Exús e Pomba Giras, onde todos estarão convidados a participar e comungar conosco desta força.
Nossos portões abrirão as 16h para a entrega das senhas de atendimento.

Eu tenho um Guerreiro na porta do meu Ilê plantado...

Ele é bará

Ele é quem quebra demanda
Exú é eleguá 

Contamos com sua presença!

Loroyê Exú!!!
Laroyê Pomba Gira!!!


Nosso endereço:


Rua: Kalil Nader Habr, 478 - Vila Santo Estefano - SP



Metrô  e Ônibus


Opção 1 - Metrô Conceição (ponto final) - tempo estimado 22 minutos

Linha: 574J-10  TERM. V. CARRÃO

Descer na Rua. Francisco Tapajós, 766 e descer a Rua Kalil Nader Habr, 478.  

 

 

 

Opção 2 - Metrô Saúde - Tempo estimado 26 minutos

Linha: 4734-10 VILA MORAES / METRÔ SAÚDE

Descer na Rua. Francisco Tapajós, 766 e descer a Rua Kalil Nader Habr, 478. 



Semana Santa

A Semana Santa é um tema bastante discutido e por vezes contraditório na visão Umbandista.

Muitos alegam não reverenciar a data por se tratar de um dogma do catolicismo, e outros irmãos da nossa amada Umbanda reverenciam a data. Minha intenção não é julgar quem está certo ou errado, e sim colocar o tema para reflexão.

A Umbanda é uma religião que contém em seus dogmas e rituais a origem cristã, origem católica, origem africana, origem indígena, origem espírita (kardecista), origem espiritual, e origem mítica.

Por ser uma religião cristã, acreditamos nos ensinamentos de Jesus Cristo, mas isso não quer dizer que esses ensinamentos são apenas pelo ponto de vista católico. Vamos deixar bem claro que a passagem e os acontecimentos de Jesus em nosso meio antecede e independe de qualquer religião cristã.


Pelo contexto histórico, a Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus, pois na própria Bíblia existem referências de Jesus comemorando a Páscoa.

A Páscoa era uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos. Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo comemorou junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia.

Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.


Pelo ponto de vista espírita (kardecista) a Semana Santa é respeitada, mas não é reverenciada, os kardecistas afinam-se na proposta do Cristo vivo, reverenciando os Seus exemplos, inclusive o da imortalidade.


Pela origem africana, existe uma tradição que é adotada principalmente nos Terreiros com maior influência no Candomblé, esta tradição explica que os povos religiosos da África, todas as instâncias da vida são sagradas, inclusive a guerra. É comum para muitos povos que, em tempos de paz, sejam realizados rituais (cantos, danças, beberagens, festins) de guerra. Na teologia desses povos não são apenas as pessoas que vão para a guerra, mas também suas divindades, os Orixás, e é aí que surge esse rito chamado de Lórògun (Rito de Guerra, em iorubá), ou como chamamos aqui “Mandar os Santos (ou Orixás) para a Guerra”.

Esse ritual consiste em três partes: a ida dos Orixás à guerra, o período de abstinência e o retorno dos Orixás. Na primeira parte, realizada à noite, os Orixás guerreiros se manifestam em seus “cavalos” durante um pequeno orô (rito). Após, o quarto-de-santo ficará fechado. Inicia-se então a segunda parte onde devemos nos abster de bebidas alcoólicas ou revitalizantes, carnes, sexo (diz-se que um filho concebido neste período poderia nascer com espírito brigão), qualquer coisa que nos agite, pois podem se transformar em brigas com consequências trágicas. Simbolicamente, este período de abstinência serve para nos lembrar dos períodos de guerra onde a comida é escassa e os nervos estão à flor da pele. A terceira parte é o retorno dos Orixás para casa, ritual realizado na parte da manhã, é uma grande festa de recepção onde todos os Orixás se manifestam. O sentimento é de alegria pelo Seu retorno, o que também simboliza o retorno a normalidade.

Na transposição dessa cultura ao Brasil, na época da escravidão, todos os rituais africanos tiveram que ser adaptados ao calendário católico. Assim, esse ritual africano é realizado na semana santa, com a primeira etapa na quarta-feira, a segunda na quinta e sexta-feira, e a terceira no sábado pela manhã.
Por causa da adaptação ao calendário litúrgico católico, muitas pessoas que desconhecem a história e os propósitos desse ritual, usaram a ideologia cristã para explicá-lo, mas como podemos ver esse ritual é tipicamente africano.

Enfim, devemos encarar a Páscoa como momento de transformação, momento da vida de Jesus que marcou e é lembrado a mais de 2 mil anos, e devemos sempre lembrar dos ensinamentos de amor ao próximo deixado por nosso mestre.

Feliz Páscoa, Axé!


Fontes: orumilaia.blogspot.com e aeradoespirito.net