quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Você sabia??? XANGÔ





Xangô é o Orixá que rege o fogo, o trovão, os raios. A sua Lei é como a rocha: dura, justa, cega

Dono das leis e das escritas, padroeiro dos intelectuais, Xangô é o Orixá da sabedoria, devemos pensar duas vezes antes de batermos a mão, a cabeça e clamarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparará e se não for, aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu raio de correção virá para cima de nós mesmos.

Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos, que ele esclareça a outra parte, e se esta não ouvir, então não precisamos nem pedir pois a lei de ação e reação é automática e a justiça de Xangô se cumprirá em nossas vidas.

Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência.

O significado do seu nome está na formação da palavra:
XA = Senhor, Dirigente;
ANGÔ = AG + NO = Fogo Oculto
 = Raio, Alma
Portanto, XANGÔ, equivale a SENHOR DO FOGO OCULTO

O aspecto da razão aparece bem destacado no sincretismo de Xangô com São Jerônimo, pois na imagem umbandista de São Jerônimo se vê a figura de um leão colocado ao lado do Santo, onde o leão simboliza a razão acima do instinto, pois Xangô nos chama à razão. E aqui há outro aspecto interessante: essa imagem umbandista apresenta São Jerônimo segurando uma pedra na mão (que seria a pedra de raio de Xangô) e tendo no colo os Dez Mandamentos e um livro onde está escrito: “Juízo Final”. Essa presença dos Dez Mandamentos na imagem associa Xangô a Moisés, pois foi Moisés quem recebeu as Tábuas da Lei, nas quais os Dez Mandamentos teriam sido escritos a fogo pelas mãos de Deus, segundo a versão católica. Vale lembrar que na imagem católica de São Jerônimo este aparece segurando apenas a Bíblia, pois São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, de modo que os leigos pudessem entendê-la. Já na imagem umbandista de São Jerônimo, está o livro escrito “Juízo Final”, livro que seria “a Bíblia” de Xangô, uma referência direta à Justiça Divina que este Orixá representa.

Invocamos Pai Xangô para devolver o equilíbrio e a razão aos seres exageradamente emocionados e desequilibrados. Também para clamar pela Justiça Divina, visando ao corte de demandas cármicas, de magias negras etc., para recuperamos o equilíbrio e a saúde espiritual, mental, emocional e física. Além disso, tudo o que se refere a estudos, a disputas judiciais, a contratos e a documentos “trancados” pertence ao campo de atuação de Pai Xangô.

História- Xangô na África

Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, a terra de origem de sua família materna, segundo algumas versões históricas.
Xangô gosta dos desafios, que aparecem nas saudações dos seus devotos, na África. Porém, o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô.
A imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por exemplo, lhe é devido por se tornar o quarto Alafim (rei) de Òyó, a capital política dos Nagôs-Yorubás,  cidade mais importante da Nigéria. Xangô destronou o próprio meio-irmão, Dadá-Ajaká, com um golpe militar. A personalidade paciente e tolerante do irmão desagradavam Xangô e também o povo de Òyó, que o apoiou como o seu grande rei, até hoje lembradoÉ preciso observar que tudo se passou numa sociedade tribal que vivia em constantes guerras e onde o rei precisava ser guerreiro, decidido e destemido. E Xangô é o rei que não aceita contestação, pois todos sabem de seus méritos e reconhecem que seu poder  é merecido.
O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois foi seu pai, Oranian, o fundador do reino. Xangô só fez apressar sua ascensão e foi o grande Alafim de Òyó porque tomava as decisões mais acertadas e sábias e demonstrou, acima de tudo,  sua capacidade para o comando e um senso de justiça muito apurado. Suas medidas, embora impostas, eram sempre justas. Era um rei amado pelo povo, pois nos momentos de tensão respondia com eficiência e também assumia a postura de um pai. Muitas lendas  destacam seu destemor e senso de justiça, sempre voltados para o bem coletivo.
Xangô é o irmão mais jovem de Dadá-Ajaká e também de Obaluayê. Contudo, mais do que os vínculos de parentesco, a ligação entre Xangô e Obaluayê vem da sua origem comum em Tapá, onde Obaluayê era mais antigo que Xangô. Por respeito ao mais velho, em alguns lugares Obaluayê recebe oferendas na véspera das celebrações para Xangô. Essa irmandade com Obaluayê vai explicar os mitos que dizem que Xangô tem aversão à doença, à morte e aos eguns e que manda seus filhos para Obaluayê e Omolu quando estão doentes ou para morrer: é que Obaluayê e Omolu regem o campo santo e são Orixás Curadores, sendo Obaluayê também o Senhor das Passagens. Por Jorge Scritori.


Características Dos Filhos De Xangô

Fisicamente, um filho de Xangô tem o corpo muito forte e com tendência à obesidade. Mas sua boa constituição óssea suporta o físico avantajado.
No positivo: Os filhos de Xangô têm muita energia, auto-estima e a consciência de serem importantes e respeitáveis. São fortes, um tanto autoritários, ousados, cheios de iniciativa, obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Tudo o que fazem marca de alguma forma sua presença. Fazem questão de viver ao lado de muita gente e não gostam de ser esquecidos. Muito racionais e meditativos, quando emitem sua opinião é para encerrar o assunto. Conscientemente, são incapazes de ser injustos com alguém. O poder e o saber são os seus grandes objetivos.
Quem tem a proteção de Xangô sente que nada nem ninguém abatem um filho desse Orixá. Podem até conseguir levá-lo ao fundo do abismo, mas depois de algum tempo ele renasce com mais vigor e volta a enfrentar o mundo de peito aberto, sem medo.
Os filhos de Xangô estão sempre cercados de muitas mulheres. Quando se apaixonam, fazem de tudo para conquistar a pessoa amada. Têm um forte senso de justiça, sabem ouvir, ponderar e apaziguar. Não toleram mentiras, desonestidade e corrupção. 
Não admitem mudanças de programação, não só quando dependem deles a realização do plano programado. Não apreciam festas arrivistas, reuniões emotivas, companhias desequilibradas e pessoas apáticas, egoístas e soberbas.
No negativo: Tornam-se calados e fechados, não abrem mão das suas opiniões, são ranzinzas, vingativos e intratáveis.

Lenda de Xangô  

 Xangô e seu Reino 
Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era preto à direita e branco à esquerda. Homem valente à direita e à esquerda. Homem valente em casa e na guerra. Oranian fundou o Reino de Oyó, na terra dos Nagôs-Yorubás. Durante suas guerras, ele sempre passava por Empê, território Tapá, cujo rei fez uma aliança com Oranian e lhe deu a filha em casamento. Desta união nasceu Xangô.
Na sua infância em Tapá, Xangô só pensava em encrenca. Encolerizava-se facilmente, era impaciente, adorava dar ordens e não tolerava nenhuma reclamação. Só gostava de brincadeiras de guerra e de briga. Já crescido, seu caráter valente o levou a partir em busca de aventuras gloriosas.
O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, despertou o temor do povo, que desejou mandá-lo embora, dada a sua aparência de guerreiro brutal, petulante e desordeiro. Mas Xangô os ameaçou com seu oxé. Sua respiração virou fogo e ele destruiu algumas casas com suas pedras de raio.
Então, todos de Kossô vieram pedir-lhe clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô! (significado: Vamos todos ver e saudar Xangô, Rei de Kossô!"). E assim Xangô tornou-se rei de Kossô, passando a fazer de tudo pela comunidade, com alma e dignidade.
Mas Xangô se cansou daquela vida calma e partiu novamente. Chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum, o terrível guerreiro e poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, Senhora dos ventos e das tempestades, que toda manhã acompanhava e ajudava o marido, carregando suas ferramentas para a forja.
Xangô gostava de sentar-se ao lado da forja para ver Ogum trabalhar. Vez por outra, Xangô olhava para Iansã que, furtivamente, também o espiava. Xangô era vaidoso e elegante. Impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã fugiu com ele e tornou-se sua primeira mulher.
Xangô volta para Kossô, por pouco tempo. Depois segue com seus súditos para Oyó, o reino fundado por seu pai. Lá encontrou o trono ocupado pelo irmão mais velho, chamado Dadá-Ajaká, um rei pacífico, que amava a beleza e as artes.
Xangô instalou-se em Oyó, em um novo bairro que chamou de Kossô, assim conservando seu título de Obá Kossô (Rei de Kossô). Xangô guerreava para seu irmão e expandiu o reino de Oyó para os quatros cantos do mundo. Xangô então destronou Dadá-Ajaká e se fez rei, sendo assim saudado: “Kabiyesi Xangô Alafin Oyó Alayeluwa!” – que significa: Viva o Rei Xangô, dono do palácio de Oyó e senhor do mundo.
Xangô construiu um palácio com cem colunas de bronze. Tinha um exército de cem mil cavaleiros. Vivia entre seus filhos e suas esposas: Iansã, sua primeira mulher, bonita e ciumenta; Oxum, sua segunda mulher, coquete e dengosa; e Obá, sua terceira mulher, robusta e trabalhadora.
Sete anos mais tarde veio o fim do seu reino: Xangô, acompanhado de Iansã, subiu a colina de Igbeti, cuja vista dominava seu palácio. Ele queria experimentar uma nova fórmula que inventara para lançar raios. Mas a fórmula era tão boa que destruiu todo o seu palácio! Adeus mulheres, crianças, servos, riquezas, cavalos, bois e carneiros! Tudo havia sido fulminado, espalhado e reduzido a cinzas...
Xangô, desesperado, e seguido apenas por Iansã, voltou para Tapá. Mas chegando a Kossô, seu coração não suportou tanta tristeza, pela destruição de seu reino. Xangô então bateu violentamente com os pés no chão e afundou dentro da terra. Oxum e Obá se transformaram em rios. E todos se tornaram Orixás; sendo Xangô o Orixá do trovão.
E aqui se vê o ciclo da movimentação de Xangô pela Criação, pelos 7 Sentidos da Vida (pois 7 anos durou seu reinado) e sua atuação onde haja uma necessidade de justiça, de equilíbrio e de uma organização que beneficie a todos. E Xangô “viaja com os ares de Iansã”, sua primeira mulher; depois “encontra seu amor em Oxum”; então “recebe a força do trabalho dedicado e concentrado de Obá”; e finalmente “volta aos ares de Iansã para espalhar seu fogo e seus raios”, tornando-se um Orixá, ao mesmo tempo em que suas mulheres. Isso mostra, outra vez, o trabalho conjunto e simultâneo das Divindades de Deus em favor da nossa evolução.


Oração à Xangô:

Meu pai Xangô, o senhor que é rei da justiça, olhai a todos que imploram a vossa proteção e a vossa benção. Que do alto de sua pedreira nos mandeis a faísca de um raio luminoso, a fim de podermos tratar com serenidade e com a mais pura justiça os nossos semelhantes.
Faça valer sempre a vontade Divina, purifique minha alma nas águas de sua cachoeira. Se errei, conceda-me a luz do perdão. Faça de seu peito largo e forte meu escudo para que os olhos de meus inimigos não me encontrem. Permita, Pai, que eles não atinjam meu corpo nem minha alma.
Empresta-me sua força de guerreiro para combater a injustiça e a cobiça. Que eu não faça e nem sofra injustiças.
Clamo, Pai, para que a justiça divina seja feita para todo o sempre. Proteja-me, senhor do fogo e da vida, para que não me falte a coragem, a alegria de viver, a fé e a caridade.
Ó senhor do machado sagrado! Peço que o meu coração seja puro e que tenha a força das rochas que sempre estão sobre o seu domínio. Abençoe-me, grande Orixá, ensina-me a ser bom e justo, instrui-me a amar meus semelhantes tanto quanto Pai Oxalá me ama.
Conceda-me a graça de receber sua luz e sua proteção.
Minha devoção te ofereço!


Legiões

1) XANGÔ KAÔ - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como Xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.

2) XANGÔ ALAFIM - ECHÊ - Esta legião trabalha nas pedras solitárias dos caminhos ou das matas que servem de assento a viajantes ou caçadores cansados, como que os convidando à meditação que leva à sabedoria na busca de soluções para os impasses da vida. Suas vibrações auxiliam oradores, intelectuais, juristas e juízes pois defendem integralmente a pureza moral. Suas oferendas são realizadas nas pedras solitárias.

3) XANGÔ ALUFAM - Esta legião trabalha nas pedras dos rios, dos mares, cachoeiras, lagos e fontes. Xangô Alufam é considerado o protetor dos pescadores e responsável pela diretriz dos desencarnados, pois possuem as chaves do céu, simbolizando a água e a pedra. Suas oferendas são realizadas em todas as pedras que estejam em contato com a água.

4) XANGÔ AGODÔ - Legião dos caboclos que trabalham nas pedras e que estão dentro dos rios, nos seixos rolados, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Suas oferendas são realizadas nas pedras dos rios.

5) XANGÔ AGANJÚ - Esta legião trabalha na pedra da cachoeira, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça. Ou entre a esposa Oxum e o marido Xangô, ou ainda a harmonia conjugal, que abençoa a família. Suas oferendas são realizadas na pedra da cachoeira, incluindo uma vela azul escuro ou rosa para Oxum.

6) XANGÔ ABOMI - É a legião de caboclos que trabalham nas montanhas de pedra ou cadeias de montanhas interligadas, serras, etc. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição, quando se perde algo, além de proteger o casamento. Quando se pede a proteção para o casamento, assenta-se uma vela azul claro oferecida a Yemanjá.

7) XANGO DJACUTÁ - É a legião mais conhecida como a do Deus Trovão e Senhor dos Raios, Coriscos e Meteoritos. Djacutá também significa pedra. É o comandante dos caboclos que trabalham na pedra do raio, simbolizando a justiça que vem do alto, ou seja, a justiça cósmica que vem do Deus Criador. Sua força é muito solicitada nas horas de aflição causadas por injustiças provocadas por outras pessoas, assentando-se uma vela branca oferecida ao Orixá Tempo.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS 

Sincretismo religioso: São Jerônimo
Data de comemoração: 24 de Junho
Dia cultuado: Quarta-feira
Saudação: Kaô Kabiecilê ou Kawó Kabiyécilé 
Significado: Venham ver o Rei Descer Sobre a Terra
Coresmarrom, vermelho - Dependendo da nação cultuado.
SímboloOs machados de duplo corte, que significam a alma em busca de equilíbrio e é também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá; A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Salomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o ho mem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal.
Pedra Pedra do Sol, Agata do Fogo, Jaspe vermelha
OBS: A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo, lodosa, pois seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso n'água, acrescentando e não trocando a água.
Instrumento: Oxé, machado de duas lâminas; Xerém, espécie de chocalho que traz em suas mãos representando o despertar dos raios e dos trovões
Ervas principais: Folhas de alecrim do campo, folhas de limão, folhas de mangueira, folhas da goiabeira, folhas de uva, folhas de beterraba, babosa, guiné, levante, lírio, violeta, folhas da ameixeira.
Oferendamos Xangô para: Equilibrar a razão e emoção livres de qualquer julgamento, a justiça, a sensatez, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos.
Ponto de força: alto de uma pedreira ou cachoeira.
Xangô está ligado a Justiça e a razão.
Elemento: Fogo
Planeta: Jupiter

Saravá Xangô!!!


Axé!!

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